Há dois anos jurei não voltar a pisar as ruas desta cidade.
Não sem antes terem passado dez anos. Não sem antes ter tido filhos e lhes vir mostrar a cidade onde a mãe deles tinha vivido quando era nova.
Como o trabalho não me permite tal luxo, aqui estou, sem estar.
Passo por estas ruas sem as pisar. Deslizo pelas sombras e pelas avenidas cheias de gente onde ninguém me consegue ver. Existo com o corpo de um fantasma que passa pelos sítios sem os tocar nem deixar pegadas.
Quem pensa que me viu que se desengane: olhou apenas para a sua memória.