quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por aí

Há dois anos jurei não voltar a pisar as ruas desta cidade. 
Não sem antes terem passado dez anos. Não sem antes ter tido filhos e lhes vir mostrar a cidade onde a mãe deles tinha vivido quando era nova. 
Como o trabalho não me permite tal luxo, aqui estou, sem estar. 
Passo por estas ruas sem as pisar. Deslizo pelas sombras e pelas avenidas cheias de gente onde ninguém me consegue ver. Existo com o corpo de um fantasma que passa pelos sítios sem os tocar nem deixar pegadas. 

Quem pensa que me viu que se desengane: olhou apenas para a sua memória.